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dois olhares











vomitado por christian palmer



Finalmente a sexta tinha chegado. Queria sair. Saiu.
Ao chegar a seu destino, estagnou-se. Ficara a vasculhar o local com os olhos.
Eram olhos que diziam: quero-dançar
Percebeu que havia um olhar de resposta, de alguém lá no fundo
Um olhar que falava: quero-beijar-você
Dançaram e beijaram-se ao som de: qui nem jiló
Afinal, era noite de São João!

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O amor basta?



vomitado por christian palmer

Era noite. Era uma terça. O céu chorava. Tinha frio. Ouvia Adele. Tudo quase exatamente igual aquela noite de agosto. Na qual também sentia frio, numa noite chuvosa de terça-feira, ouvindo as músicas de Adele. "Tá faltando uma coisa para que tudo fique igual" - pensou. E nesse mesmo instante o celular vibra. Uma mensagem:

“Tô pensando em você!”

Um sorriso apareceu no rosto dele. E em voz alta, pensou: “agora sim, tudo exatamente igual àquela noite de agosto”. Onde tudo tinha começado. O começo de seu último amor.
Pegou o celular e digitou a resposta:

“Também tava pensando em você. Tava pensado como a noite hoje está exatamente igual aquela em que ficamos pela primeira vez!”

[PAUSE]

Quando ainda não tinha experienciado o amor, achava que quando acontecesse, o amor, nada mais importaria, tudo se resolveria. A solução para tudo era o amor, acreditava. Hoje, considera que tenha amado 3 vezes. Não saberia dizer qual desses amores foi maior ou mais importante, porque, para ele, todos tiveram o mesmo tamanho e significado. Entretanto era capaz de diferenciá-los:

  • no 1°, a novidade, nunca tinha experimentado a confiança cega, os sentidos aguçar com um simples tocar de pele, a necessidade de estar perto, o martírio por estar longe. Achava que seria para sempre, não foi. Mesmo tendo terminado, julgava que o amor ainda permanecia lá;
  • o 2°, a surpresa, pois acreditou que nunca mais conseguiria sentir o que sentia no 1°, besteira, tudo exatamente igual, menos a pessoa a quem direcionava o amor. E, no término, o amor ainda residia no coração dele;
  • o 3º, o mais intenso, o mais carnal, o que, talvez, ainda não tenha superado.


E ao fazer essa reflexão percebeu: o amor não basta, o amor não resolve os problemas.

[PLAY]

- Verdade. Talvez por isso eu tenha parado para olhar algumas fotos antigas. Encontrei esta. Lembra?

Reconheceu a foto, era uma tatuagem que tinha feito no antebraço esquerdo de seu amor, com uma caneta bic: um Pica-pau, super mal feito.

- rsrsrsrsrs Claro que eu lembro. Tentamos ficar acordado até o nascer sol. Tínhamos combinado ver o alvorecer juntos, mas você não conseguiu e adormeceu depois de termos feito amor pela 3ª ou 4ª vez.
- Desculpa se eu não sou uma coruja, igual a você. Naquele dia entendi que não foi por acaso que você tatuou uma no seu braço kkkkk
- Talvez tenha sido por isso mesmo kkkkkkk
- Tenho saudades dos nossos momentos. Queria poder vivê-los de novo.
- Seria bom se isso fosse possível, pena não ser.
- Sinto que eu ainda amo você.
- Engraçado, sinto que também te amo.

Não foi só isso que sentiram naquele dia. Sentiram que relacionamentos são livros. E que algumas vezes, mesmo que estes livros tenham 334 páginas, apenas 51 delas estão escritas e o restante permanece em branco, como se a história terminasse antes mesmo de chegar a metade.

No outro dia, percebeu que a foto de seu amor não estava mais aparente no whatsapp. Tinha sido bloqueado. Embora nunca mais tenham se falado, é bem possível que ainda se amem.


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Resoluta




vomitado por christian palmer

Tinha acordada decidida. Decidiu:

  • pegar o celular e apagar os amores - passados, novos e futuros;
  • destruir as roupas que não cabiam mais, mas que guardava na esperança de um dia pode-las usar novamente;
  • sair da academia, afinal tinha destruído as roupas que um dia couberam nela;
  • abrir mão de verdades excruciantes.

Agora, com quase 30 anos, ela se deu conta que vida é um sopro e desejava apenas poder desperdiça-la com mentiras consoladoras e luzes apagadas. Pegou novamente o celular, dessa vez para ligar para alguém que pudesse lhe acalentar com uma mentira durante a noite.

Quando a noite chega, deita-se nos braços da mentira, olha profundamente naquele olhar dissimulado e fala:

- Posso te pedir uma coisa?
- Claro, o que você quer?
- Eu sei que você não me ama. Isso não é problema.
A mentira consentiu sorrindo.
- Quero que você diga que me ama. - continuou
- Eu amo você.
- Eu sei que é mentira - disse isso e tirou a roupa

Ao acordar percebeu que estava só na cama. Apenas o cheiro da mentira permanecia ali.
E, enquanto tomava seu café com um pedaço de bolo de laranja recém preparado, pegou o celular para encontrar uma nova mentira.

- Amo mentiras aconchegantes - pensou em voz alta!


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3:45 AM







vomitado por christian palmer

O relógio em cima da cômoda do quarto marcava 3:45 da madrugada. Sabia que seria uma daquelas noites que só pegaria no sono ao nascer do sol. Levantou-se, foi até a cozinha e preparou um chá de camomila, aquilo o tranquilizava, ajudava a limpar a mente - mas não dessa vez.

Deitou-se no sofá, ligou a televisão, não para assistir, pela companhia apenas. Abriu a janela e apreciou o vento que fazia balançar a árvore que mora em sua ventana (uma Léia Verde, uma coccinea, da família das uvas utilizadas para fazer vinho). Aos poucos fora bebendo o chá, e cada gole que tomava revisitava uma antiga memória. 

Deu um gole no chá:  olhou a mesa vazia, onde outrora fizera um jantar à luz de velas, ao lado de uma companhia agradável, sorriu. 

Quão brega eu consigo ser, era engraçado ser brega - pensou!

Outro gole daquele chá mágico: percebeu que a bexiga tava cheia, foi ao banheiro, e admirando aquele micro boxe ficou imaginando como era possível que dois corpos coubessem ali. Mas cabiam, ele sabia, já tinha feito a prova dos nove. 

Voltou à sala, deu outro gole no chá e foi ao quarto pegar uma coberta, sentia frio, e ao mirar a cama vazia, lembrou-se de quando ali havia um outro corpo que lhe aquecia. 

Voltou ao sofá, outro gole: decidiu pegar os fones de ouvido e colocar algo para ouvir no Spotify. Passando pelas diversas playlists, deparou-se com uma que fora feita ao lado de alguém que por muitas vezes declarou estar apaixonado. Embora tenha ficado tentado a ouvir, achou prudente não mergulhar naquelas lembranças às 4:30 da madrugada. 

Aquilo tudo o fez conjecturar falar com alguns de seus amigos botânicos para que eles estudassem essa nova propriedade da camomila, que o deixara mergulhado em nostalgias lancinantes.

CHEGA - falou para si mesmo!

Despejou o restante do chá na pia da cozinha. Pegou uma garrafa de vinho,  sentou-se no sofá e deu um grande e longo gole, no gargalo mesmo. Afinal, achava muito esnobe tomar uma "taça de vinho". Como se fosse mágica, todos os seus pensamentos se dissolveram, desapareceram. Desejou apenas ver o sol nascer. Sorriu sem saber o porquê.

Sou um crápula. O mundo lá fora morrendo e eu aqui dentro de casa, sorrindo. - disse isso e adormeceu!












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Coisa de Preta








vomitado por Daniela Verena




Sob nossa pele
o mesmo vermelho.
Em cada camada
Os mesmos vasos e fluxos.
Talvez não tenhamos a mesma sensibilidade,
Mas o mesmo princípio de sentir
Quase todos os estímulos
E suas possibilidades.
Entre nossa pele, no entanto,
Diferentes laços, causos,
Dores e privilégios.
Somos tão iguais quanto diferentes.
Aos olhos de quem vê
Somos só pele
E o valor que ela carrega.
Aos olhos de quem julga
O seu vermelho
É azul.



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Happiness





vomitado por christian palmer

Acordou cedo para ir ao trabalho, como de costume. Tomou banho, fez o café, se vestiu e saiu. Ao entrar no elevador, pegou o celular para olhar as horas. Nesse momento, se dá conta que é o aniversário dela, está liberada do trabalho. Fica feliz, não pela data, mas por poder voltar para cama, queria muito voltar a dormir.

Ao acordar, após ter ido para cama novamente, repara no apartamento onde vive. Há tempos o tem achado grande demais para quem vive só, dá muito trabalho arrumá-lo. Porém gosta dele, sempre teve vontade de morar no alto de um prédio grande, sentia como se vivesse um sonho. Prepara outro café e vai à varanda. Admirando a vista dali de cima lembra-se de um poema de João Cabral:

Meus olhos têm telescópios
espiando a rua,
espiando a minha alma
longe de mim mil metros

Nunca foi de comemorar aniversário, não gosta. Acha deprimente. Na verdade, não gosta nem que lhe deem os parabéns. Todos os amigos sabem disso, e respeitam. Contudo sente a vibração do celular, uma mensagem. Deve ser algum desavisado mandando felicitações, pensa, decide ignorar. Deita no sofá, coloca algo para ouvir no spotify. O celular vibra novamente. Por poder ser alguém do trabalho querendo saber algo importante, resolve olhar. Todavia quem lhe mandava as mensagens era alguém que estava salvo com o seguinte nome na agenda: “Happiness”

“Sei que é seu aniversário, não vou lhe felicitar. Lembro que em uma de nossas noites você ter-me confessado que não gosta. Mas ontem comprei um vinho, pensei que poderia tomá-lo com você. Saio às 17h30 do trampo. E ai?”

Ela esboçou um sorriso. Era alguém que tinha conhecido durante o show da Florence, no Lollapalooza. Salvou o contato daquele jeito, por querer fazer alusão a música que tocava quando se beijaram no show: dog days are over. Transaram depois do show, naquele dia, e outras 2 vezes, tudo muito casual. Julga terem sido as melhores transas que ela transou. “É a felicidade mesmo” pensa.

Aceitou o convite. Comeu algo e adormeceu no sofá. Acordou bem próximo da hora combinada. Pegou uma vassoura e empurrou a poeira para debaixo do tapete, tomou um banho rápido, vestiu algo simples e confortável. Ainda tinha café na cafeteira, colocou numa caneca e foi novamente para varanda. Era impressionante como aquela varanda a fazia lembrar textos lidos. E não foi diferente, lembrou-se de algo que leu num blog que acompanha:
Reza a lenda que não casaremos
com o melhor sexo de nossa vida.
Até porque ser o melhor sexo
já é muita coisa pra se ser.

Não que ela quisesse casar, nem pensava nisso, entretanto já estava cansada de casualidades. Isso a deixou perdida em devaneios, talvez pelo cigarro que preparou para acompanhar o café. Ao longe, bem ao longe, ela escuta um barulho que a tira do transe. Era o interfone. A felicidade tinha chegado, o porteiro queria saber se poderia deixá-la subir. Prontamente ela fez o que julgou que todo mundo faria caso a felicidade batesse à sua porta: a mandou embora.

“Não, não deixe que suba. Obrigada. Boa noite!”

Desliga o interfone. Abre o Notebook, deseja escrever algo em seu blog. Antes, volta a varanda para terminar o cigarro e para que ela lembre de algo para postar no blog. E funciona, lembra-se de algo de Fernando Pessoa, volta ao notebook e cita-o:

O lago nada me diz.
Não sinto a brisa mexê-lo.
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.

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Morada








vomitado por christian palmer

Aquele ano estava sendo pesado para ela, sentia como se morasse do lado de fora de um abraço, aquilo lhe doía. O aniversário dela se aproximava, achava injusto ter que envelhecer um ano que não viveu. O fardo das responsabilidades era demais. Quando criança dizia a todos que um dia seria doutora. Hoje, em meio ao doutorado, arrepende-se de um dia tê-lo desejado, apesar de está estudando o que ama: as plantas. 

Para espairecer, às sexta costumava ir ao bar que ficava no meio do caminho entre a Universidade e a casa dela. Naquela sexta, mesmo estando mais cansada que o habitual, decidiu encontrar os amigos naquele bar, precisava beber um pouco. Ao fundo tocava Pearl Jam, lembrou-se do amigo que mora a 400km de distância, sempre que ouvia Pearl Jam, ele vinha a sua mente. Ao longe, avista os amigos numa mesa encostada à parede lateral e foi ao encontro deles.

Permanece no bar por algumas poucas horas.  A maior parte do tempo calada, mas seus olhos varriam aquele bar como se estivessem procurando por algo que perdeu. O que era estranho, pois ela não queria encontrar nada. Porém, vê alguém a 3 mesas de distância dela, seus olhos param por 1 segundo apenas. Ao perceber que os olhos dele também a fitam, desvia o olhar. Não  se demora muito mais ali.


- Tchau, galera, tenho coleta amanhã cedo - e partiu para casa!

Acorda cedo, vai à Universidade para fazer sua coleta por lá mesmo. Quando retorna da coleta, seu celular vibra: uma mensagem.

- Capitu - dizia a mensagem.

Por não ter entendido e não reconhecer o número, optou por não responder a mensagem. Tomou seu banho e foi para casa almoçar. Em casa, novamente o celular vibra:

- Não é você quem estava no bar ontem? A moça com os olhos de “cigana oblíqua e dissimulada”

E ela sorriu. Entendeu a referência a “Dom Casmurro”, gostava do livro e gostava ainda mais de citações. Olhou por um instante a foto do rapaz, o reconheceu. Era aquele que ontem ficou por 1 segundo fitando-a no bar. Decidiu respondê-lo.

- Então seria você o Bentinho que estava sentado 3 mesas a minha frente, ontem?

Conversaram por horas. Perceberam que havia muito mais em comum entre eles do que simplesmente aquele bar e Dom Casmurro. Decidiram se encontrar, no mesmo bar, só que dessa vez sem amigos e sentados à mesma mesa.

Ela sentia uma ansiedade boa, sorria à toa. Aguardava apressada para que desse a hora combinada. Isso tornou a tarde dela longa.  Mas, enfim, a hora chegou. Quando estava saindo, decidiu esperar um pouco, não queria que ele achasse que estava desesperada, ao passo que não queria se atrasar muito. Esperou o tempo que achou certo e foi. Para surpresa de ambos, chegaram ao mesmo tempo no bar. Cumprimentaram-se e foram se sentar. Pediram para o Garçon que falasse com o responsável pelo som ambiente para tocar Emicida, e foram atendido. Conversaram, sorriram, se olharam fundo nos olhos e beberam, beberam muito. Muitas horas depois pediram a conta e partiram. Ela morava perto, ele decidiu acompanhá-la.

A conversa continuava a fluir no caminho para casa. Ela não percebeu quando aconteceu: estavam com os braços entrelaçados. Logo ela que nunca gostou de demonstrações públicas de afeição. Em determinado momento, ela pára. Aquilo pega ele de surpresa.

Ele: O que foi?

Ela aponta para o chão e mostra a ele um pentagrama que haviam desenhado ali.

Ela: Preciso te contar uma coisa. Eu gosto de magias, sou quase uma bruxa. Pode ir embora se quiser, dá tempo ainda!

Ele a encara por alguns poucos segundos, sorri e diz:

- Já sei, vamos nos beijar dentro desse pentagrama.

Disse isso e a puxou para o centro do pentagrama.

Ela: Você sabe que se fizermos isso Satanás irá nos abençoar, né?
Ele: Sim, eu sei.

E ali no início da madrugada, posicionados no centro de um pentagrama no chão, beijaram-se até não terem mais fôlego.

Ela: Bentinho e Capitu tiveram um final trágico.
Ele: É por que eles não tiveram a bênção de Satanás.

Ela sorriu, o beijou outra vez  e se deu conta que, naquele momento, não estava sentido peso algum, era como se ela tivesse voltando a morar dentro de um abraço.

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Um amor de chuva




vomitado por christian palmer


Tenho impressão de que todas as vezes que nos encontrávamos, chovia. Parecia até que os deuses estavam nos presenteando, pois adorávamos o frio. Na verdade, era um pretexto para que pudéssemos nos abraçar. As mãos mais geladas que um dia tocaram minha pele. Mesmo geladas, elas me aqueciam com um calor inexplicável. Não conseguia entender como algo tão frio poderia ser fonte daquele tanto de calor.

Contudo naquela sexta-feira de junho, não me recordo o ano, nos encontramos e para nossa surpresa: a chuva não caia. Os deuses nos testavam: como nos comportaríamos num dia de calor. Aquilo era novo para gente, porém nos portamos exatamente igual, com o mesmo tanto de abraços e beijos, e aquelas mãos gélidas  e incontroláveis me aqueciam da mesma maneira. 

Fomos a um bar no centro da cidade. O visual rústico daquele lugar nos impressionou bastante. Ao fundo tocava Florence, um ponto em comum nos nossos gostos musicais. Parecia que alguém naquele bar queria nos dá as boas vindas apropriadamente. Ficamos por horas. Bebemos, conversamos e nos beijamos. Presenciamos o pôr do sol, concordamos que há tempos não tínhamos visto algo tão perfeito. Ainda bem que não chovia, ou não seria possível tê-lo visto. Ao cair da noite uma atração musical, não conhecíamos, mas curtimos. Dançamos a noite quase toda. Era tarde, decidimos ir pra casa, mas não a minha.

Todos estavam dormindo em casa. Deitamos na rede que ficava no terraço. Não demorou e a chuva se lembrou de nossa existência. Sentíamos uns pingos que não nos respeitavam e se colocavam entre a gente. O frio? não dava tempo de senti-lo, o ardor dos nossos corpos era maior. Consigo me lembrar como se tivesse sido ontem: a forma com que segurava minha cabeça por entre suas pernas, os beijos intermináveis, as idas e vindas daquelas gélidas mãos inquietas e os gemidos contidos. Tudo muito intenso, tudo muito molhado, sem nenhum afã. Era como se fôssemos a própria chuva. 

Naquele dia, a chuva caiu a madrugada toda, e foi a nossa última chuva juntos. Os deuses nos castigaram por não tê-la aproveitado da maneira correta. Talvez se soubéssemos que aquele dia marcaria o início do nosso fim, teríamos nos amado na chuva. Droga!

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