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Antes que você conte até dez - Vespas Mandarinas



No fundo do meu âmago, eu sei que fui eu quem escrevi essa música, é deveras intimista - só pode ter sido eu. Os carinhas do Vespas Mandarinas, de alguma forma ou de outra, invadiram o meu subconsciente, bem ao estilo "A Origem",  e roubaram essa letra de mim!





Posso escrever e não dissimular
É o que eu ganho por estar mais velho
Não tenho nada para impressionar
Nem por fora nem por dentro

E a noite inteira eu vou cruzando o mar
Porque os sonhos voam com o vento
Na minha janela é ele a soprar
Só pra ver se estou desperto

Me perdi num truque de palavras
Me anotaram mal a direção
Já escrevi meu nome numa bala
Já provei a carne de cação

E eu já tenho tudo planejado
E alguém diz que não, não, não, não, não
Agora o vento sopra pro outro lado
Me leva pela mão
E há quem diga não, não, não
E o que me levará ao final
Serão meus passos no caminho
Não vê que só se está atrás
Quando persegue seu destino

Sempre na minha mão tem um punhal
Nunca é o que era pra ter sido
Não é porque digo a verdade
E sim por nunca ter mentido
E eu não vou me sentir mal
Se algo não me sair bem
Aprendi a derrapar
E a me chocar contra esse chão

Que a vida simplesmente vai
Como a fumaça desse trem
Como um beijo e nada mais
Antes que você conte até dez

E eu não voltarei a ser estranho
A quem não chegara me conhecer
Também não vou dizer que eu te amo
Tampouco deixarei de te querer

Deixei de voar e me afundei
No meio dessa lama eu encontrei
Algo de calor sem teus abraços
Agora eu sei que nunca voltarei

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1 comentários:

Briggida Lourenço disse...

"Deixei de voar e me afundei"

Boa dica Palmer!

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