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Antes que você conte até dez - Vespas Mandarinas



No fundo do meu âmago, eu sei que fui eu quem escrevi essa música, é deveras intimista - só pode ter sido eu. Os carinhas do Vespas Mandarinas, de alguma forma ou de outra, invadiram o meu subconsciente, bem ao estilo "A Origem",  e roubaram essa letra de mim!





Posso escrever e não dissimular
É o que eu ganho por estar mais velho
Não tenho nada para impressionar
Nem por fora nem por dentro

E a noite inteira eu vou cruzando o mar
Porque os sonhos voam com o vento
Na minha janela é ele a soprar
Só pra ver se estou desperto

Me perdi num truque de palavras
Me anotaram mal a direção
Já escrevi meu nome numa bala
Já provei a carne de cação

E eu já tenho tudo planejado
E alguém diz que não, não, não, não, não
Agora o vento sopra pro outro lado
Me leva pela mão
E há quem diga não, não, não
E o que me levará ao final
Serão meus passos no caminho
Não vê que só se está atrás
Quando persegue seu destino

Sempre na minha mão tem um punhal
Nunca é o que era pra ter sido
Não é porque digo a verdade
E sim por nunca ter mentido
E eu não vou me sentir mal
Se algo não me sair bem
Aprendi a derrapar
E a me chocar contra esse chão

Que a vida simplesmente vai
Como a fumaça desse trem
Como um beijo e nada mais
Antes que você conte até dez

E eu não voltarei a ser estranho
A quem não chegara me conhecer
Também não vou dizer que eu te amo
Tampouco deixarei de te querer

Deixei de voar e me afundei
No meio dessa lama eu encontrei
Algo de calor sem teus abraços
Agora eu sei que nunca voltarei

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O que é o amor senão uma loucura!?






texto do Michel Melamed, postado por Christian Palmer

Um dia eu me apaixonei por uma mulher, e casei. Às vezes, isso acontece. Eu tava tão apaixonado, tão loucamente apaixonado por ela. Enfim, eu tava louco, ai eu queria presenteá-la. Então, certa vez, eu tava passando na rua e vi numa vitrine um machado. Olhei e falei:

- Caraaaaaaaaalhooo, meu! Esse machado é a representação fidedigna do que eu to sentido. Tô louco por ela, então vou dá esse machado, ela vai delirar e o nosso amor vai resplandecer e explodi.

Ai eu comprei o machado, embrulhei e botei uma fitinha. Cheguei em casa, encontrei a moça. Vale dizer que só tinha duas semanas que a gente tava saindo. Enfim, quando abriu o presente ela ficou um pouco assustada, falou:

- o que é isso? Quem é esse cara que eu to conhecendo agora e me dá um machado?

Passamos três anos casados. Ela foi embora e ele (o machado) ficou. E hoje ele é só meu =). Ela simplesmente não quis levá-lo, o machado ficava no quartinho dos fundos. É real, eu falava:

- Pô, o machado representa o nosso amor, põe na parede, cara!
- Não, eu não gosto desse machado – ela me respondia –acho ele louco!




PS: Para quem não conhece, o Michel Melamed é ator, escritor, poeta, compositor, cantor, entrevistador, roteirista, e, se eu não esqueci mais nada, ele também é diretor e blogueiro, só não sei se sobra tempo dele ser humano!


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Change the world









vomitado por Christian Palmer

Fome, miséria, mortalidade infantil, estupro, violência doméstica, homofobia, racismo, sexismo, corrupção, assaltos, assassinatos, chacinas, guerras, genocídio, desapropriação de lares, governo que prioriza a minoria em detrimento da maioria, contraste financeiro e social, pedofilia, abuso de poder, ditadura travestida de democracia, a ditadura, hipocrisia, falsidade, monopólio, aquecimento global, o buraco na camada de ozônio, o capitalismo, especulação imobiliária, tráfico de pessoas, os grandes latifundiários, desmatamento. Essas são só algumas coisas, que por ora lembrei, que me fazem querer ver o mundo mudar.

Mudar o mundo é a proposta que o Professor Simonet (Kevin Spacey) coloca para os seus alunos, em “A Corrente do Bem”. Isso mesmo, ele propõe que seus alunos criem um modo de mudar o mundo e o coloque em prática, absurdo né!? Odiaria um professor que me incumbisse de fazer tal coisa. Contudo, Trevor (Haley Joel Osment), 11 anos, parece gostar da idéia de mudar o mundo e cria uma boa maneira de fazer isso. A idéia dele? A corrente do bem, consiste basicamente em ajudar 3 pessoas, mas tem que ser algo grande, algo que essa pessoa jamais conseguiria fazer sozinha por si mesma e como pagamento por isso a pessoa que foi ajudada teria que ajudar outras 3 pessoas e pedir-lhes que continuem a corrente.

Simples e genial a ideia do garoto Trevor. Mas tanto eu quanto o professor dele achamos uma falha, para essa ideia dá certo teria que se acreditar na bondade das pessoas, convenhamos que bondade e pessoas não combinam muito, lenda urbana. Certo, no filme a ideia dele funcionou, soube até que essa ideia saiu das telonas do cinema e figurou por um tempo nos EUA, mas morreu. O fato de ter "morrido" só confirma a minha tese de que não há bondade nas pessoas. Outros pontos falhos, a meu ver, na ideia do Trevor é o fato dele querer fazer algo grande, não acho que precise ser grande, e, também, o fato dele querer começar pelos outros, acredito que antes de sair por ai mudando as coisas devemos antes mudar a nós mesmos.

Mudar o mundo (para melhor!) é algo que todos deveriam encarar como necessário e imperativo. Entendo que para isso não precisamos ter super poderes e almejar fazer algo imenso, não. Basta fazermos pequenas coisas, lembro de um campanha na MTV Brasil: "Desligue a TV e vá ler um livro!", durante uma ou duas vezes ao dia, não lembro bem, a emissora apresentava essa mensagem. Simples, pequeno e genial. Pensem só, se lêssemos mais seríamos menos alienados, ou seja, mais conscientes do mundo. Consciência me faz lembrar em: " voto consciente". Preciso nem dizer que se votássemos conscientemente teríamos políticos melhores e políticos melhores é meio caminho andado para termos um mundo melhor. Tá certo que às vezes nos enganamos com certas coisas que nos aparecem, normal.

Por fim, quero dizer que esse blog apoia todo e qualquer manifesto, protesto, ideia, ou o que quer que seja, greve, enfim, que tenha como objetivo um mundo melhor, como por exemplo, o protesto contra a violência que jovens de um escola fizeram (clique aqui para ver a reportagem). Entretanto, como disse D2 apud B Negão, não adianta pedir por paz se você não pratica a paz, vamos praticar a paz. E não vamos nos iludir, pois o mundo pode piorar, sim. Pegando carona na ideia da MTV Brasil, vos digo: vão ler, e nem precisa ser um livro, pode ser um blog,  só não vale ler um livro de auto-ajuda, hein! Só para terminar quero citar Ghandi: "Seja a mudança que você deseja ver no mundo", segundo ele esse é o único caminho que pode salvar o planeta da destruição. É isso!

PS: Eu tava brincando, pode ler auto-ajuda sim. Boa leitura!


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João Cabral

um poema



Meus olhos têm telescópios
espiando a rua,
espiando a minha alma
longe de mim mil metros

Mulheres vão e vêm nadando
em rios invisíveis.
Automóveis como peixes cegos
compõem minhas visões mecânicas.

Há vinte anos não digo a palavra
que sempre espero de mim.
Ficarei indefinidamente contemplando
meu retrato, eu morto.






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um filminho


 por Christian Palmer


- O “homem do saco” é um homem de verdade. Você sabe, não é invenção! Ele perambula pela noite olhando pelas crianças que ficam fora até tarde, coloca-as em seu saco, balança sobre a cabeça e então as esmaga até matá-las e então as deixa onde todo mundo irá pensar que foi um acidente. Mas se ele não encontra crianças ele faz com gatos, só pra manter a prática, por isso você vê gatos mortos pela estrada. - diz Kylie

- Isso é só uma história para fazer sonhar a noite. Notícias pagas, é assim que eu chamo. Adultos inventam coisas para manter o controle: O homem do saco, deus e papai Noel. Eles estão lá apenas para assustar, não são reais. - responde Dylan

- E o Diabo? - indaga Kylie

- Inventado! - decreta Dylan


Esse é um diálogo que se dá entre duas crianças,11 ou 12 anos, no começo do filme Kisses. Eu diria que esse filme é bem: "Perca a sua inocência". É um bom filme, recomendo!



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A esses Zumbis! *-*







vomitado por Christian Palmer








Tem um tempo que estou viciado em um desses seriados americanos: The Walking Dead. Como quase todo seriado/filme sobre zumbis, num dia tudo tava muito bom, tudo muito bem e n'outro: BOOM - zumbis sedentos começam a aparecer por todos os lados, atacando a tudo e a todos. Então, um grupo de pessoas se unem e tentam sobreviver a esse apocalipse zumbi. Tudo muito clichê, mas quem disse que clichês não são legais? No decorrer da trama, os personagens se deparam com vários dilemas, os quais de fácil resolução caso a situação fosse "normal" (no mundo sem zumbis). Contudo, o fato dos zumbis estarem por todos os lados, faz com que as pessoas vejam as coisas de outra forma, pois agora "um passo em falso" pode custar a sua vida, a vida de pessoas que estão confiando em você. É correto afirmar que, o conceito de moral que tinha-se antes do apocalipse zumbi não mais condiz com a realidade(não que a nossa moral reflita a realidade), isto é, não é mais aceitável. Supondo isso, temos então, o dilema central, a meu ver, das tramas desse gênero: continuamos a agir segundo a moral que tínhamos antes do apocalipse, ou "idealizamos" outra? Em The Walking Dead, temos dois personagens que defendem cada um desses lados: Dale, que  defende que o grupo deva seguir a moralidade que tinha-se antes do apocalipse; e o Shane que acredita que só uma moral pós-apocalipse poderá mantê-los vivos. Como eu sou parcial no meu blog, admito concordar com o Shane. Acredito que o zumbis seriam aquilo que o Nietzsche previu ser o super-homem, aquele que levará os homens a um conceito de moral que condiz com a realidade vivida.

Então, esse seriado me fez pensar no que os zumbis representam. Qual o real sentido dos zumbis em nossa sociedade? Bem, após algumas conversas e depois de pensar um pouco, cheguei a algumas conclusões. Poderíamos dizer que os zumbis representam a decadência do nosso mundo; ou que os zumbis representam a nosso instinto assassino. Afinal, nós poderíamos matá-los com a desculpa de que eles são perigosos; outros podem dizer que os zumbis representam o nosso egoísmo, alguém me falou citando, como exemplo, o caso, em The Walking dead, que um personagem atira na perna do outro para deixá-lo como isca, e poder fugir enquanto os zumbis se distraem com o cara no chão, uma atitude bem egoísta, fato. Contudo, não gosto de ver assim, por exemplo, se fossem leões famintos ao invés de zumbis eu não acharia menos certo (ou errada) à atitude do cara que fez isso, ou seja, não foram os zumbis que o fizeram agir egoistamente nessa ocasião, talvez tenha sido o seu instinto de sobrevivência, ou algo do tipo.

Existem muitas e muitas outras coisas que podem representar os zumbis, o fim do mundo, por exemplo. Particularmente, gosto de pensar que os zumbis representam o retrocesso do homem sapiens, ou talvez, a evolução.  Seria o fim do racional. Sim, estaríamos nos libertando do nosso lado racional. Isso faria com que a gente se focasse no que realmente nos importa, no que realmente nós queremos, e o que nos importa? E o que nós queremos? Well, nós queremos comer uns aos outros, simples assim, bem Freud! Ai alguém pode indagar: “Mas e a reprodução? Ela também é bem importante para gente, talvez até mais que ‘comer’ alguém”. Reza a lenda que, quando um zumbi come alguém esse alguém (o comido) torna-se um zumbi. Isso me parece reprodução, não!?

Enfim, no meu entender, os zumbis representam liberdade. Quando eles estão comendo estão na verdade nos fazendo o favor de nos “curar da cegueira” que é ser controlado pelo nosso lado racional. Pensem só como o mundo seria legal, não se fôssemos zumbis literalmente, mas se deixássemos de ser materialistas e assumíssemos nossos instintos: “perpetuação genética e auto-preservação”!?. Poderíamos até descartar o lado que empodrece a nossa sociedade: “política e religião”!? Mas isso acabaria com o que nos diferencia dos animais, deixaríamos, talvez, de ser civilizados, e isso é bom? Se bom ou não, não sei. Mas ser civilizado não nos fez tão bem assim, a não ser que vocês pensem que a bomba atômica, as guerras, o aquecimento global, o buraco na camada de ozônio e etc são coisas boas. Talvez, se não fôssemos civilizados, fôssemos zumbis ou, sei lá, índios essas ameaças provavelmente não existiriam.  Então, é isso! 


PS: Vocês podem está pensando: “nunca vi um filme/seriado em que um zumbi se relaciona amorosamente com uma humana”, segundo meu professor, Vancarder Britto, tem sim um filme em que isso acontece, “Sangue Quente”. Confesso que não o assisti ainda e ele me confessou que não lembra o que acontece ao final do filme.

PS 2: Tenho uma amiga, ela é necrófila, inclusive já escrevi sobre ela no blog, que com certeza iria gostar de se relacionar com um zumbi, provavelmente ela vai amar esse filme!


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The White Stripes - I Just Don't Know What To Do With Myself

Mulheres, parabéns pelo o seu dia!







Depois da música, um discurso feminista. Ninguém melhor que Chiquinha para isso!




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Quando o nosso Cisne Negro nos mata!





Cuspido por Christian Palmer


Olhar pro futuro sem saber se estará vivo para vivê-lo, me dá medo. Há quem diga que essa é graça da vida. Porque isso te faz viver intensamente. É o que dizem. Papo furado - digo eu.  Quando criança, não teria medo algum em andar numa roda gigante em um parque clandestino. Hoje, por medo, não andaria na roda gigante do parque dito mais seguro do mundo. Não sei para vocês, mas para mim não há graça alguma saber que a vida é tão efêmera quanto um jogo de futebol - ou algo do tipo. A proximidade do fim é algo assustador,  nada engraçado.

No entanto, lembrar o passado não é assustador. É engraçado, tá certo que por vezes é triste também. Lembrar... Lembrar que antes eu só vestia preto, que antes eu acreditava em deus, que antes eu era, hoje não sou mais. Mudar? Mudei, vocês também. Como diz o poeta: “Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.” Outro dia assisti um filme muito bom, me fez refletir a respeito dessas mudanças, fez-me ver que para cada mudança dessa nós morremos, que só dá para mudar – que só conseguimos mudar - quando nos matamos.

O Filme? O Cisne Negro. Indicação da minha Professora, Esmeralda Porfírio. Ele narra a trajetória de uma bailarina, Natalie Portman (lindíssima, perfeitíssima, brilhantíssima... e tudo íssima, Natalie Portman). Ela foi escolhida, dentre as outras bailarinas da companhia à qual pertence, para interpretar tanto o cisne negro, como o cisne branco, que são irmãs gêmeas em “O Lago dos Cisnes”. Nina (Portman) tem muita facilidade em atuar como Cisne Branco, que é meiga, inocente e graciosa, tal qual à bailarina. Contudo, apresenta sérias dificuldades em "vestir-se" como Cisne Negro, que simboliza a ira, a inveja, a sedução e o desejo - sentimentos que Nina reprimia dentro de si.

Enfim, com o desenrolar da história, por não suportar o fato de seu grande amor ter se apaixonado por sua irmã Negra, o Cisne Branco acaba se matando . Essa é a versão mostrada no palco, atrás das cortinas o Cisne Negro mata o Cisne Branco, antes da metade do espetáculo. Esse é o ponto “X” da trama, pois a partir desse momento a bailarina consegue se entregar de corpo e alma ao Cisne Negro (vale dizer que a cena de Portman dançando o Cisne Negro é uma das mais lindas que eu já vi). Mas isso só foi possível, pois ela se matou. O "se matar", nesse caso simboliza o fato dela se permitir, ou melhor, dela deixar de se reprimir. Com isso, Nina foi capaz de mudar a sua natureza, então pura, tornando-se negra. Mas para tal, o suicídio foi fundamental.

Bem, se não entendi errado o filme, essa é a ideia: que mudar é possível. Todavia, só é possível mudar quando o nosso lado negro - quando o nosso Cisne Negro - mata o nosso lado puro - mata o nosso Cisne branco. Vice-versa. Fez minha cabeça. E, por fim, novamente cito o poeta: “muda... que quando a mente muda a gente anda pra frente” “a gente muda o mundo na mudança da mente”!

Bem, era isso que tava engasgado!

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