Ato 2: Vivi — nome ou aviso?
Ato 2: Vivi — nome ou aviso?
vomitado por Christian Palmer
Ela tava ali, sentada na beirada do meu colchão — manchado de café e sonhos idiotas.
Vivi — aquela mesma do Bar do Rato Cego — ainda não sei se é o nome dela ou um aviso. Tinha os olhos de quem apagava os cigarros no próprio peito só pra ter certeza de que ainda sentia algo.
"Você me ama?" — quem pergunta isso no segundo encontro?
"Não", eu respondi. Com medo de ser verdade.
Droga… é só o segundo encontro mesmo?
Ela riu. Uma risada cuspida da alma — daquelas que não duram, mas deixam eco.
Vivi era um incêndio que fazia aulas de ballet.
Me contou que já arrancou o próprio dente com um alicate.
"Por amor?" perguntei.
"Por tédio", ela disse.
Durante nossa trepada, me senti um piromaníaco tentando apagar uma fogueira com gasolina.
Foi sublime.
No fim, ela levou minha camisa, tomou o resto do café — amargo igual a mim e quente igual a ela — e deixou um recado escrito com batom no espelho da sala:
“É uma colisão nossos encontros.”
Achei que a mensagem estava incompleta — e resolvi terminar:
“É uma colisão nossos encontros... e eu sempre sou o poste.”
Vivi foi embora antes do sol.
Me deixou hematomas: no corpo e no quarto,
e pensamentos vagos sobre o que eu VIVI naquela madrugada.
P.S. Ando pensando em emoldurar esse espelho.
Vivi — aquela mesma do Bar do Rato Cego — ainda não sei se é o nome dela ou um aviso. Tinha os olhos de quem apagava os cigarros no próprio peito só pra ter certeza de que ainda sentia algo.
"Não", eu respondi. Com medo de ser verdade.
Droga… é só o segundo encontro mesmo?
Vivi era um incêndio que fazia aulas de ballet.
"Por amor?" perguntei.
"Por tédio", ela disse.
Foi sublime.
“É uma colisão nossos encontros.”
“É uma colisão nossos encontros... e eu sempre sou o poste.”
Me deixou hematomas: no corpo e no quarto,
e pensamentos vagos sobre o que eu VIVI naquela madrugada.
Comentários
Postar um comentário