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Mostrando postagens de maio, 2020

Happiness

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Happiness vomitado por christian palmer Acordou cedo para ir ao trabalho, como de costume. Tomou banho, fez o café, se vestiu e saiu. Ao entrar no elevador, pegou o celular para olhar as horas. Nesse momento, se dá conta que é o aniversário dela, está liberada do trabalho. Fica feliz, não pela data, mas por poder voltar para cama, queria muito voltar a dormir. Ao acordar, após ter ido para cama novamente, repara no apartamento onde vive. Há tempos o tem achado grande demais para quem vive só, dá muito trabalho arrumá-lo. Porém gosta dele, sempre teve vontade de morar no alto de um prédio grande, sentia como se vivesse um sonho. Prepara outro café e vai à varanda. Admirando a vista dali de cima lembra-se de um poema de João Cabral: Meus olhos têm telescópios espiando a rua, espiando a minha alma longe de mim mil metros Nunca foi de comemorar aniversário, não gosta. Acha deprimente. Na verdade, não gosta nem que lhe deem os parabéns. Todos os amigos sabem disso, e...

Morada

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Morada vomitado por christian palmer Aquele ano estava sendo pesado para ela, sentia como se morasse do lado de fora de um abraço, aquilo lhe doía. O aniversário dela se aproximava, achava injusto ter que envelhecer um ano que não viveu. O fardo das responsabilidades era demais. Quando criança dizia a todos que um dia seria doutora. Hoje, em meio ao doutorado, arrepende-se de um dia tê-lo desejado, apesar de está estudando o que ama: as plantas.  Para espairecer, às sexta costumava ir ao bar que ficava no meio do caminho entre a Universidade e a casa dela. Naquela sexta, mesmo estando mais cansada que o habitual, decidiu encontrar os amigos naquele bar, precisava beber um pouco. Ao fundo tocava Pearl Jam, lembrou-se do amigo que mora a 400km de distância, sempre que ouvia Pearl Jam, ele vinha a sua mente. Ao longe, avista os amigos numa mesa encostada à parede lateral e foi ao encontro deles. Permaneceu no bar por algumas poucas horas.  A maior parte d...

Um amor de chuva

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Um amor de chuva vomitado por christian palmer Tenho a impressão de que todas as vezes que nos encontrávamos, chovia. Parecia até que os deuses estavam nos presenteando, pois adorávamos o frio. Na verdade, era um pretexto para que pudéssemos nos abraçar. As mãos mais geladas que um dia tocaram minha pele. Mesmo geladas, elas me aqueciam com um calor inexplicável. Não conseguia entender como algo tão frio poderia ser fonte daquele tanto de ardor. Contudo, naquela sexta-feira de junho — não me recordo o ano — nos encontramos e, para nossa surpresa: a chuva não caía. Os deuses nos testavam: como nos comportaríamos num dia de calor? Aquilo era novo pra gente, porém nos portamos exatamente igual, com o mesmo tanto de abraços e beijos; com aquelas mãos gélidas e incontroláveis, as mesmas que me aqueciam. Fomos a um bar no centro da cidade. O visual rústico daquele lugar nos impressionou bastante. Ao fundo tocava Florence, um ponto em comum nos nossos gostos musicais. Parecia que algué...

Dominical

Vomitado por Christian Palmer Ao abrir os olhos percebeu a escuridão que ainda habitava o quarto. Pensou ser de madrugada, como estava com sono, resolveu voltar a dormir. Algum tempo depois, tornou a abrir os olhos e a escuridão lá permanecia. Teve vontade de ir ao banheiro e fome: assim, mesmo sendo de madrugada, resolveu levantar-se. Foi ao banheiro, preparou o seu café com canela e fritou uns ovos como de costume. Passado algum tempo percebeu que até então não tinha olhado a hora, mas lhe parecia ser umas 8 da manhã. O que na verdade não importava, fazia uns 3 meses ou mais (talvez menos um pouco) que as horas não eram relevantes. Contudo, tinha o hábito de fazer apostas consigo mesmo. - Se eu tiver acertado a hora, não irei lavar a louça agora, do contrário lavarei!!! Então, pegou o celular e se surpreendeu... - 13h30??? Como assim? Quantos horas eu dormi? - indagou-se em vão! Não conseguia lembrar que horas tinha ido para cama, tampouco quanto tempo levou para pega...

Paisagem da janela!

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Paisagem da janela! vomitado por christian palmer O sofá era pequeno, mal cabiam ali. Mesmo assim, não havia reduto melhor naquela casa. Passavam horas lá, deitados um nos braços do outro. A TV ligada ao lado, completamente ignorada por eles, servia-lhes apenas como iluminação, pois apesar de gostarem do escuro, não queriam o breu total. Queriam se ver minimamente, admirar o outro, ter certeza que os braços que lhes abraçavam pertenciam a pessoa certa. A janela... ah, a janela! Esta sim era a verdadeira TV, principalmente em noites de lua cheia. Não havia filme, novela ou série mais bela e/ou empolgante do que ver e ser visto pela lua. Ali, só os dois e o silêncio da TV sem som. Admiravam-na, a lua, enquanto ela estava visível. E como bons amantes que eram, amavam-se longamente. Por vezes, os versos de Os Paralamas do Sucesso ecoavam no pensamento deles: "Tendo a lua aquela gravidade  aonde o homem flutua.  Merecia a visita não de militares,  mas de bailarinos e...

Alvorecer

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vomitado por christian palmer A chuva que veio do nada, persiste em cair Sinto o cheiro dela misturado ao cheiro do café, será o vizinho de cima? Isso me deixa incomodado, esse cheiro, não o da chuva, o do café que não posso beber Minha garrafa está vazia, e o frio me impede de levantar e preparar mais. O vidro na janela está a soar, são os pingos da chuva que ainda continua a cair. Sono, cade você? Não dá para viver sem você. Que falta fazes. Gostaria tanto de ter aqui, porque me abandonastes? Desejo sonhar com o cheiro do café, não o do vizinho de cima. Você não vem, não está mais aqui. Fico, então, a pensar na falta das coisas que não tenho mais Sinto a falta das músicas, falta do sofá, falta do calor... a falta do café Tudo isso porque você me falta, sono! Acho que você tá chegando, logo agora que gostaria de ver o alvorecer, miserável!

AMOR?

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AMOR? vomitado por Christian Palmer Ah!! e o amor? Acho que o amor reside em um conjunto de acasos e num tanto de coincidências. É quase como ganhar na loteria, só que ao invés de termos de acertar os 6 números da mega sena, precisamos estar lá quando o conjunto de acasos e coincidências acontecerem, do contrário não veremos os planetas se alinharem, e ai puuumm!!! não encontraremos o amor. O amor, então, é quase impossível, afinal, quase ninguém acerta os 6 números da mega-sena. Se fosse um filme, seria um daqueles com finais tristes, pois não bastasse ter que ser sortudo o suficiente pra estar no local certo e na hora certa, ainda temos que lidar com o fim do amor, porque como tudo que tem começo, também tem fim. E ao final nos resta o choro e a tristeza. E pra onde o amor vai quando o amor acaba? Talvez eu tenha me expressado errado, não acredito que o amor acabe, acredito que, na real, o amor se transfira. O amor é um ser alienígena que para existir precisa entrar em ...

Um conto de pós-horror

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Vomitado por Christian Palmer e Dayse Leone Era um domingo, o tempo estava fechado, tinha acordado cedo pra a viagem, estava cansada e o clima me deixara com frio. Não consigo ter certeza se era o clima daquele domingo nublado ou se era o clima do sítio que meu pai acabara de comprar, e onde faria uma festa para nossos familiares. Tinha pouco menos de 12 anos, ou um pouco mais. A essa altura já não consigo precisar a idade ao certo. Mas lembro que quase todos nossos familiares estavam presentes. Eles eram muitos, viviam espalhados por todo o país, o que dificultava o nosso reencontro. Antes daquela festa, não consigo me lembrar a última vez que nos reuníamos daquele jeito. E isso me deixava animada, principalmente com a Tia Malu, ela acabara de ter uma filha. Linda. Mas parecia, ao menos para mim, que estava sempre fazendo xixi ou cocô. - Ana!! - Chamou a tia Malu - Por favor, vá lá dentro pegar uma fralda, meu amor!! A essa altura, todos já estavam reunidos confr...

Sobre punhetinhas e conversas com Claudete

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Vomitado pelo meu eu-lírico e por Claudete - Mas é assim mesmo, cara - falou a amiga que também é de câncer, e dá certo valor a astrologia - Nós temos dessas coisas, os sentimentos são mais aflorados em nós. Por isso, relações casuais não nos fazem muito sentido. Começaram falando sobre coisas sem sentido, por exemplo: -  Se a pessoa te chama no zap pra te falar sobre a lua, ela ta afim de você? - Não apenasmente significa que ela tá afim de você, como evidencia o fato dela, na verdade, tá querendo ter filhos contigo. - Eita, será!? - Sim, tá bíblia, olha lá! E assim a conversa continuou. Com assuntos diversos, uns importantes, outros mais ainda. Como o assunto do primeiro parágrafo. Quando eles estavam falando como, para eles, rolar um sentimento é mais importante do que o sexo por sexo. Mas não que eles recriminassem quem o fazia, inclusive, admitiram, ambos, que já o fizeram, mesmo após a decepção de “nenhuma vez foi legal pra mim”, mas mesmo assim continuava...

Sentimentos em um momento de pandemia!!

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Vomitado por Christian Palmer Há tempos não tenho regurgitado por aqui, mesmo estando há tempos querendo fazê-lo. O estrangeiro, livro de Albert Camus, é um dos meus livros preferidos, isso se não for o preferido. E ele o é por um motivo que talvez seja diferente daquele que o Camus desejaria que fosse ao escrevê-lo. No livro é retratado um protagonista que consegue ser alheio a tudo. As coisas não lhe afetam como afetariam "pessoas normais", é quase como se ele não se importasse, mas é um erro pensar assim, pois ele sente sim: sente as relações,  os acontecimentos, as idas e vindas. Apenas tudo lhe atinge de um jeito que para ele, a sua visão de mundo o faz compreender e aceitar que tudo inexoravelmente aconteceria, de uma forma ou de outra. Por isso, ele consegue reagir aos fatos de um forma que se vista superficialmente, pareça ser fria. Assim, ele não chora os acontecidos. Isso acaba fazendo dele um completo estranho no mundo em que vive, um ESTRANGEIRO. E, d...