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Sobre punhetinhas e conversas com Claudete





Vomitado pelo meu eu-lírico e por Claudete


- Mas é assim mesmo, cara - falou a amiga que também é de câncer, e dá certo valor a astrologia - Nós temos dessas coisas, os sentimentos são mais aflorados em nós. Por isso, relações casuais não nos fazem muito sentido.

Começaram falando sobre coisas sem sentido, por exemplo:

-  Se a pessoa te chama no zap pra te falar sobre a lua, ela ta afim de você?
- Não apenasmente significa que ela tá afim de você, como evidencia o fato dela, na verdade, tá querendo ter filhos contigo.
- Eita, será!?
- Sim, tá bíblia, olha lá!

E assim a conversa continuou. Com assuntos diversos, uns importantes, outros mais ainda. Como o assunto do primeiro parágrafo. Quando eles estavam falando como, para eles, rolar um sentimento é mais importante do que o sexo por sexo.
Mas não que eles recriminassem quem o fazia, inclusive, admitiram, ambos, que já o fizeram, mesmo após a decepção de “nenhuma vez foi legal pra mim”, mas mesmo assim continuavam a fazer, de quando em quando.E todas as promessas que fizeram a si mesmo de que não fariam de novo, tornaram-se vãs.

- Teve uma vez, Claudete, que fui ficar com alguém, fui à casa dela.

[PAUSE]

O truque é nunca trazer pra sua casa, pois se, por qualquer motivo o sentimento não rolar e a vontade não vir, simplesmente dá-se uma desculpa e vai embora. Isso é melhor, segundo ele, do que mandar a pessoa ir embora de sua casa.

[PLAY]

- Sei...
- Só que eu não sei o que danado acontecia, ela beijava de uma forma muito estranha, ruim. E olha que, modestamente, sou mestre em fazer meu beijo encaixar. Mas… cara, não dava. Aí juntou o fato do beijo ser ruim, com o sentimento não ter rolado. Não teve outra, dei xau, chamei o uber e fui embora.
- Caraca, que situação constrangedora, coitada.
- Mas veja bem,  quando chegamos numa certa idade, não tem outra, só fazemos aquilo que estamos com vontade. Então, não tem quem me faça fazer algo que eu não quero. E outra: o clima não tava legal, corria até o risco de broxar, ou no máximo uma meia bomba, aí já viu!
- Por isso é importante ter um parceiro fixo - afirmou a amiga - Porque não corre o risco da pessoa bater a cabeça uma na outra, ou os dentes durante o beijo e ficar com raiva, simplesmente se sorri e a brincadeira continua.


[PAUSE]

Vale dizer que Claudete é uma pessoa bem antagônica. Clara das ideias e contrária das atitudes.
A pessoa de quem ela pedia opinião a respeito, era alguém que ela ficava (ou fica - não dá pra saber. Lembra que ela é contrária das atitudes!?)

- Um relacionamento saudável - afirmou a amiga- é aquele no qual um sai pra curtir uma noite sem o outro, e tudo bem, isso não afeta a relação.
- Concordo plenamente.

Mas por ser antagônica, ela ficou com raiva do chrush, a ponto de não o “querer” mais, justamente, pois:

-  Ai sexta-feira eu o chamei pra sair, fazer alguma coisa e tal. Mas ele não quis, disse que tava muito cansado. Ainda disse que se eu quisesse ir à casa dele, que eu poderia, mas que provavelmente ele dormiria  - enfurecidamente, falou a amiga.

- Mas, cara, poha, o que que tem? Cadê o “tudo bem, sair sem o companheiro e isso não afetar a relação” Pelo o amor de Anúbis, isso não é motivo pra não o querer mais, por favor.

Ou vocês acham que isso é motivo plausível?

[PLAY]

Voltando a história anterior…

-Tudo bem, concordo. Afinal eu sou desses que necessito de sentimento. Mas me diz uma coisa, vocês, mulheres, num ficam tipo: “Caralho, véi, o mesmo caralho de novo… putz!”?

- Puta, ficamos sim, é foda - respondeu na lata, a Claudete.

-Mas e ai? qual a solução? Acabar? Pular a cerca? Porque, falando por mim, acho uma ideia mó errada terminar uma relação por querer experimentar uma nova pessoa. Ou fazer algo escondido, e também por a perder a relação, e ainda correr o risco de rolar sentimento com a outra pessoa, e ai fuder ainda mais.

 - É tipo isso: ficar entre a cruz e a espada. Acho que não há expressão melhor para simbolizar. O ideal mesmo seria poder ficar com outras pessoas numa boa. Ter uma conversa franca com @ parceir@, a fim de aceitar esse tipo de solução. Ai não seria uma pulada de cerca, não concorda?

- Só que fode, pois é muito difícil encontrar quem tope algo assim e também é muito difícil ser alguém descolado o suficiente pra aceitar isso. Pra mim, é inconcebível chegar pra pessoa que to ficando e dizer: “vai lá, amor, chupar uma rola diferente, amanhã a gente pega um cineminha, beijos!” Poha, num dá né!?!?!?

- Kkkkkkkkkk, verdade - gargalhou amiga.

- Infelizmente, fomos condicionados a sermos monogâmicos, maldita igreja católica.

- Cada vez mais concluo que relacionamentos longos não são saudáveis.

- Verdade, Claudete, os relacionamentos e as transas casuais são os cânceres do século. O que me leva a crê que… o negócio é ficar na punhetinha mesmo!!!

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